quarta-feira, janeiro 05, 2005

A Minha Geração

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Hoje em dia, com o aumento de conhecimentos e a melhoria das condições sanitárias e cuidados de saúde, tende-se a privar certos comportamentos, principalmente às crianças e aos jovens.

Eu, e os da minha geração, não tivemos nada disso. Tínhamos uma maneira diferente de viver, de experimentar tudo e mais alguma coisa, e no entanto não deixávamos de ser felizes e de ser saudáveis. Que saudades dos tempos de “gaiato”…

Antigamente não havia frascos para tapar venenos, prateleiras altas, para guardar os medicamentos, nem protecções especiais para tapar as fichas de electricidade e mesmo assim sobrevivemos.

Andávamos na rua até às dez da noite, a jogar futebol, a jogar às escondidas ou a andar de bicicleta nos montes cheios de espinhos, ortigas e lama, sempre em loucas correrias e chegávamos a casa todos sujos, cheios de sangue nos joelhos e nos cotovelos e mesmo assim sobrevivemos.

Sonhávamos com computadores e carros e imaginavam-se profissões, que iríamos ter um dia e no entanto, muitos destes sonhos, nunca se realizavam e mesmo assim nunca tivemos nenhuma depressão, nem precisámos de ir a nenhum psicólogo para tratar de crises passadas e mesmo assim sobrevivemos.

Na adolescência, com a mudança e a exploração do nosso corpo, cometemos alguns erros, para com nós próprios e mesmo mandando “umas passas” ou apanhando uma bebedeira, soubemos sempre destinguir o bem do mal e nunca caímos da tentação, nem ficámos agarrados, a algumas dessas coisas (salvo raras excepções claro!!!) e mesmo assim sobrevivemos.

Numa fase mais avançada, íamos aos cinemas com raparigas (no caso dos meninos) ou com rapazes (no caso das meninas), tínhamos encontros verdadeiramente românticos e mesmo assim nunca engravidámos (de uma maneira geral) nenhuma rapariga, nem fomos obrigados a casar à força, pelos pais delas, por pura e simplesmente irmos lá a casa jantar ou estarmos aos “linguados” com esta e mesmo assim sobrevivemos.

Chamaram-nos de “Geração Rasca”, porque sempre fomos diferente das gerações anteriores e por lutarmos e fazermos greve, defendendo sempre os nossos direitos e o melhor para nós e mesmo assim sobrevivemos.

Conclusão:

Soubemos mudar a mentalidade do País, questionar temas nunca antes pensados, progredir socialmente o nosso “Querido Portugal” e mesmo assim sempre nos soubemos impor e adaptar aos tempos modernos e às crises que surgiam.

Se o Português é por metáfora o fenómeno do “desenrasca-te ”, a nossa Geração é sem sombra de dúvidas o “ponto alto” desse fenómeno, pois até os dias de hoje, conseguimos viver as mais diversas situações de mudança, sabendo sempre acomodar, da melhor maneira possível, a elas.

É por causa disso que sobrevivemos e por mais grave que possamos estar, continuaremos sempre a sobreviver, por mais anos que pertençamos ao “Mundo dos Vivos”!!!

15 comentários:

Anónimo disse...

E páh nunito, estou de plena idéia tb. Costumo por vezes dizer que "a crise está na cabeça das pessoas!". Mas pelo menos a minha geração desenrasca-se mto bem. Gostei mto desse teu positivismo. Força mans, precisamos mais disso. ehehe Abraços

Nunito disse...

Todos Nós temos o dever de mudar o nosso "destino" (se é que ele existe... coisa que pouco acredito!!!). Por isso, se ficarmos de braços cruzados e deixarmos que a "maré nos leve", de certeza que iremos cair, numa situação cada vez mais problemática. Por isso, compete-nos a Nós "remar contra a maré" para que não caiemos, em algum precipício. É por isso, que enquanto a "maré estiver forte" temos de nos desenrascar, de algum modo, para que a desgraça não aconteça. Portate!!!

Anónimo disse...

E agora, um grande comentário: :)

Nunito disse...

Se tu achaste, então acredito. Portate!!!

Anónimo disse...

Achei este post particularmente interessante… retrata bem aquilo que é a mentalidade da geração dos nossos pais e avós! MAS, se nos consideram “rascas” o problema não é nosso, porque não somos fruto do acaso nem de valores contrários aos que foram “sugados”pelos nossos pais. Somos seres sócio-culturais, desde fedelhos que absorvemos os valores que os nossos pais nos impingiram e sempre tentámos, de certa maneira, imitar as atitudes, repetir as mesmas palavras daqueles que nos eram mais próximos; resultado: NÓS, sim, nós somos o pessegueiro (alguma árvore tinha de ser) por eles plantado! As nossas ideias, espelham bem os valores que nos foram transmitidos… Ora, se há alguma falha não é somente nossa, porque não pudemos escolher a sociedade que nos embalou nos seus valores, nem as pessoas que nos transmitiram os seus conhecimentos! Tal como tu, não creio que sejamos uma “geração rasca”, de modo algum! “Passas”?! Deves pensar que D. Afonso Henriques também não apreciava um cházito de erva, ou um bom cachimbo da paz?! Isso não é só de agora, nem de nunca é de sempre!! Isso do vício é tudo muito subjectivo, há aí muito “pedrado” a borrar-se todo pla rua e não dominar a sua bexiga, que nem sabe o que uma recta é, jurando a pés juntos (pernas juntas, mais precisamente, numa tentativa em vão de não largarem a caga) que foi o Benfica que ganhou o campeonato o ano passado, a dizer que não é viciado! Do tempo dos nossos pais, o Elvis, esse era sexualmente viciado em tudo, se é que me faço entender?! Vicio foi, é, e será! Infelizmente. “ (…) aos cinemas com raparigas (no caso dos meninos) ou com rapazes (no caso das meninas) …”, isto, hoje em dia, já não é bem assim, pode ser meninos (no caso dos meninos), e meninas (no caso das meninas). Agora, encontramo-nos numa dimensão 3T (T=tipos): hetero, homo, bi, há fruta para todos os gostos! Creio que o Herman comprova bem este prodígio da natureza :P A paneleirice tornou-se num ritual por excelência, contudo, a moda ainda não vingou no Reino animal irracional. E viva à Ignorância (nesta situação, “solamente”)! Realmente, a nossa geração (no que toca aos rapazitos) sempre teve uma perna longa e foi bicampeã planetária em fugir aos balázios emergentes das afinadas caçadeiras dos papás que se sentem desgraçados e socialmente apedrejados pela perda da pureza da sua filha com o malandro/sacana/pulha/patife/ canalha/cobarde (apenas alguns das designações mais “fofinhas” que poderão eventualmente ter) que a violou após esta ter aberto a braguilha! Depois chama-lhe “linguados”, ahh pois, conta-me histórias .Somos uns autênticos survivers (imagina lá a dor e os estragos que um balázio não faria se te acertasse em cheio na razão do teu viver, nos teus companheiros, os zézés da tua vida…). Num tom mais sério, afirmo: Viva à “geração dos survivers”. Saudações de uma sobrevivente!

Anónimo disse...

Amore,deves ter dado uma boa batidela com a cabeça que fez acordar qualquer coisita esse cérebro.Isto porque escreveste um post um nadinha melhor e diferente do teu género de post's habituais.Uma pequena correção no comentário da bela.A paneleirice está bem vingada nos animais irracionais e estudos,documentários (já deram uns quantos no Discovery Channel, na SIC, National Geografic)e publicações provam-no.E pelo que se diz nestes documentários,esta paneleirice nos animais irracionais já existe à uns tantos milhares ou mesmo milhões de anos.Aqui está uma prova de que um mal nunca vem só.Cuidado piquinha,com esta crescente da paneleirice ainda podes ser apanhado (se é que já não foste) e aí serás mais um coitado que leva "picas" no cu (se é que faço entender). Beijinhos amore

Anónimo disse...

hum... deu-lhe criticar a evolução da espécie. Quanta nostalgia aí vai,só faltava dizer:"no meu tempo..." fuck, deves tar é a gozar;quem se remete p´ro passado é porque está com problemas no presente e antevê um futuro,o qual receia. Cuida de ti mas é, olha que a vida não é assim tão má.

Nunito disse...

Bela!!! Palavras para quê. Só quero acrescentar umas coisas. Dissestes que eramos seres sócio-culturais, pois eu digo (segundo Virginia Henderson) que somos seres bio-psico-socio-culturais e espirituais, pois somos fruto precisamente desses factores. Quanto aos “pedrados” concordo contigo e o Afonso Henriques, de certeza absoluta que bebia uns “chazitos”, pois para andar de licra e fazer uma guerra contra a sua própria mãe, por causa de um “bocado de terra”, não é lá muito normal. Claro, que existe no mundo dos animais racionais os 3T, (hetero, homo e bi), mas, olha que, também no mundo dos irracionais, de certeza absoluta, que também há muito dessas “manias”. Quanto ao Herman… não faço comentários… talvez!!! Realmente quanto aos tiros de caçadeiras, nos sítios mais comprometedores,… houve “baixas”, como em todas as guerras… mas, como em tudo, alguém teve de ficar para trás. Fica bem!!!

Nunito disse...

Gyllenhall!!! Vejo que continuas atenta e assídua, aqui no meu blog. Pois, nesse aspecto eu concordo contigo e já referenciei isso. Lá andas tu com a paneleirice na boca. Por acaso não és Lésbica, pois não? É como andas sempre a falar no mesmo assunto…(e como dizem os miúdos “quem mais fala é quem mais é!!! entendes-me!!!) Beijinhos também para ti!!!

Nunito disse...

Weggy, eu sou apologista da filosofia que diz que: “devemos recordar o passado, viver intensamente o presente, para que assim, não façamos os erros do passado e planear devidamente o futuro” Agora entendes o sentido do artigo? Portate!!!

Anónimo disse...

Amore,para tua infelicidade não sou lésbica, que chatice não é?Quanto a essa parte de quem mais fala é quem mais é,tu és das últimas pessoas que pode dizer isso,vá-se lá saber porquê.É uma mera questão de reveres alguns dos teus comentários e não só.Beijinhos amore

Nunito disse...

Que pena!!!Como eu gosto de te "picar"...

Anónimo disse...

Gyllenha fico agradecida pela correcção, sempre fico a saber mais qualquer coisa!! Sr. “picovsky” (desculpa aí, mas hj deu-me para “russices”), a essência da Lycra é algo de transcendental aos comuns mortais do nosso tempo. Bem, quero com isto dizer que, há séculos e séculos atrás os homens tinham um golpe de vista mais “apurado” que os contemporâneos, à excepção dos amantes dos chifres (os toureiros, claro está!). Isto porque, conscientes do seu templo venerado por todas aquelas beatas que timidamente evidenciavam a ausência da bela da coequinha branca com rendinha (mimosamente bordada pla mamã, num serão junto à lareira), deslizando a borda do vestido até à Zona P (Proibida) ansiosas por serem absolvidas de seus pecados pecaminosos; optaram por realçar os contornos do seu templo, numa intenção de “facilitar” a adoração do mesmo!Eis que surge a Lycra, a bendita elasticidade! O que seria das beatas se a Lycra evaporasse? É vê-las aos magotes nas touradas… Como podes ler, até se torna normal essa tara por Lycra por parte do nosso Afonsito! Aconselha os teus amigos, aliás, é sempre um magnífico e desejado presente de aniversário, fica sempre bem a qualquer altura do ano. Até pode ser que a moda pegue, e tu próprio adiras (porque não?!)! Quiçá! “(…) mas, como em tudo, alguém teve de ficar para trás (…)” – ou pelo MEIO! Inevitável… fica elasticamente bem

Nunito disse...

Lycra não é bem o meu estilo. Embora, eu até aos meus 3 anos e quando jogava futebol, sempre que fazia frio, usava "meias calças" (mais comummente chamadas de Ceroilas)... se bem actualmente, com o frio que está, até a ideia da Lycra não seria nada de se deitar fora. Portate!!!

Nunito disse...

Bem!!! Lembro-me agora que na latada do ano passado fui de saia amarela, feita de plástico e meias de lycra amarela e branca (cores de Enfermagem)... para não falar dos tótos na cabeça feitos com elásticos com várias cores (na altura tinha o penteado ` a betinho...). Por acaso foi bem divertido!!! o ano de caloiro é o melhor!!! Xau!!!