Já de volta...

De regresso ao nosso querido Portugal...

Viagem absolutamente fantástica... Paris realmente é único!

Adorei visitar aqueles monumentos históricos, espaços carismáticos, museus e ruas míticas... fiquei absorvido por aquela magia e glamour francês... às vezes andava no metro e sentia que fazia parte daquele mundo tantas eram as semelhanças que sentia em relação ao meu modo de pensar e de viver...

Aquela união de culturas e modos de vida é mesmo única. Existe um avanço muito grande em relação a Portugal.Às vezes dava por mim a jantar no Mac (fast-food típico francês) ou a passear nas margens do Sena e ao meu lado estavam duas lésbicas a beijarem-se como se fosse a coisa mais natural no mundo... Viam-se pessoas de raça negra de mãos dadas com outras pessoas de outra raça, enquanto do outro lado da estrada, passeava uma muçulmana com a tradicional burca e um carrinho de bébe... ao lado de um pai orgulhosamente francês...

E Não falemos só de diferenças sexuais e raciais... em Paris respira-se cultura...

É muito natural irmos no metro ou no comboio e alguém tirar um livrinho de bolso e começar a ler... uma coisa perfeitamente corriqueira em Paris, onde se aproveita todos os momentos para se ler, inclusive em todas as principais estações de comboios e metro existem pequenas livrarias onde se vendem livros de bolso a preço acessíveis... existe realmente um incentivo à cultura.
Mais outro exemplo disso é o facto de no primeiro domingo de cada mês, não se pagar bilhete de entrada para ver museus e sítios assim...

E não fiquemos por aqui...

Até os pedintes têm estilo... não vi um único arrumador de carros. eventualmente porque a maioria das pessoas (e bem...) utiliza os transportes públicos para se deslocar (muito bem organizados e de escolha diversa), mas utiliza as suas qualidades artísticas para ganhar algum dinheiro... Via-se pessoas a tocarem guitarra ou a cantar em pleno metro, ou a tocar violino no comboio. No Sacré Couer vi imensos pintores e caricaturistas amadores à procura de alguém para pintar ou desenhar ou a pintar paissagem de Paris para depois venderem as suas obras de arte às lojinhas, que posteriormente re-vendiam os seus quadros aos visitantes...

Paris possui um verdadeiro espírito cosmopolita e pensei que por causa disso as pessoas fossem mais frias, mas enganei-me. Sempre muito simpáticas e afáveis... tanto no atendimento ao público, como no próprio dia-dia... se alguém fosse contra mim numa passadeira, ou a entrar para o metro pediam logo "pardon" e só seguiam a sua caminhada depois de lhe dizermos que estava tudo bem e que não nos magoámos.

As diferenças entre o modo de vida português e francês são também de ordem diversa. Via-se muitos homens a cuidarem dos filhos, a irem buscá-los à escola ou ao infantário... muitos homens a fazerem compras de bens de primeira necessidade nos supermercados... e as mulher mais responsáveis e mais desocupada das tarefas domésticas, empenhadas no emprego e no seu progresso da vida profissional... enfim uma divisão de tarefas natural entre o casal que tanto é apregoado pela sociedade e incompreensivelmente não é adquirido pela maior parte dos homens e mulheres portuguesas... [Não sei se por idiotice de ambos ou nos casos dos rapazes (que é a realidade que melhor conheço) cada vez se emancipam menos e saiem cada vez mais tarde de casa dos pais... depois casam-se e nem umas batatas fritas com costeletas sabem fazer... enfim! tristes e deploráveis... cada vez menos responsáveis e independentes...]

Bem... já parava de escrever, até porque o post já vai longo e ainda nem metade das coisas que vivi e pude experienciar em Paris estão ditas... mas se calhar é melhor ficarem para outra altura. Prefiro guarda-las para mim e escarrapacha-las quando for mais conveniente... até porque este nosso Portugalinho tem de evoluir social e mentalmente se quiser alguma vez ambicionar alguma coisa...
Au revoir...